O governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN), segunda maior guerrilha colombiana depois das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), anunciaram em Caracas, na noite dessa segunda-feira (10), que a fase pública de negociações de paz entre as duas partes começará no dia 27 de outubro deste ano.
As negociações ocorrerão em Quito, no Equador, porém Brasil e Venezuela também poderão sediar etapas do processo. A agenda de pontos de negociação apresentada por ambas as partes consiste de seis pontos: participação na sociedade, democracia para a paz, segurança para a paz e deposição de armas, transformação para a paz, vítimas e garantias para o exercício da ação política.
Essa agenda se assemelha com a que foi negociada com as FARC nos últimos quatro anos e rejeitada pela população colombiana no plebiscito do último dia dois de outubro. As similaridades dizem respeito principalmente ao desenvolvimento econômico e inclusão social dos guerrilheiros, e reparação e justiça para as vítimas.
Em março, tanto o ELN quanto o governo já haviam anunciado intenções de diálogo. Porém, ele nunca foi iniciado porque o Executivo colombiano exigiu que, primeiro, a guerrilha libertasse seus sequestrados.
A questão foi retomada logo após a realização do plebiscito sobre o acordo de paz com as FARC. Apesar da rejeição da população, o Exército de Libertação Nacional (ELN) disse na ocasião que ainda estava disposto a dialogar, iniciativa elogiada pelo governo colombiano.
No entanto, apesar do anúncio desta segunda, nem todos os reféns foram libertados. Odín Sánchez de Oca, ex-presidente da Câmara dos Deputados colombiana detido neste ano, segue sequestrado. (pulsar/opera mundi)