O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) apresentou na última terça-feira (25), em Belo Horizonte, um balanço dos trabalhos do Comitê Interfederativo criado para fiscalizar os projetos de reparação nas áreas atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco. Considerado a maior tragédia ambiental do país, o rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, completa um ano no dia próximo dia cinco de novembro. Segundo o Ibama, as obras emergenciais para o período de chuva estão atrasadas.
O balanço foi apresentado em entrevista coletiva que contou com a presença da presidente do Ibama, Suely Araújo. Ela considerou que, apesar do atraso, as obras previstas são suficientes para conter o carreamento dos rejeitos que estão dispersos pela região. De acordo com o Ibama, há 43 milhões de metros cúbicos de lama entre a barragem que se rompeu e a usina de Candonga. A presidente do Ibama também sinalizou que houve atrasos de obras em decorrência de decisões judiciais.
Segundo a Samarco, intervenções de reforço na segurança das estruturas remanescentes já foram realizadas. A construção da nova barragem de Santarém está prevista para ser concluída em dezembro e o dique S4 em janeiro do ano que vem. As duas obras são consideradas, tanto pelo Ibama como pela Samarco, como importantes para reter a lama dispersa.
Com o rompimento da barragem, a lama de rejeitos se espalhou poluindo a bacia do Rio Doce e devastando comunidades e vegetação nativa. Dezenove pessoas morreram. Para reparar os danos, o Governo Federal, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton assinaram um acordo que previa investimentos por parte das mineradoras de aproximadamente 20 bilhões ao longo de 15 anos. Esse acordo chegou a ser homologado judicialmente, mas posteriormente a homologação foi anulada atendendo pedido do Ministério Público Federal que estima em 155 bilhões de reais os prejuízos. A validade do acordo ainda será avaliada novamente pela Justiça Federal. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil