Um grupo de ativistas protestou, no último sábado (21), contra o uso blackface em uma apresentação do espetáculo “Trem de Minas”, em cartaz em Belo Horizonte (MG). A prática envolve a caracterização de atores brancos como personagens negros e se apoia em estereótipos.
A peça é uma comédia que causou polêmica desde a primeira apresentação, na última quinta-feira (19), quando espectadores, entre os quais também estavam artistas, de punhos cerrados, leram um manifesto de repúdio ao blackface.
Após a manifestação, a produção do espetáculo optou por deixar de lado a pintura do rosto imitando a pele negra, mas manteve a de braços e pernas, o que gerou críticas.
De acordo com o manifesto, a prática era “usada no século 19, quando os negros eram proibidos de subirem no palco” e no século 20, “passou a ser condenada após o movimento negro conquistar direitos civis”.
Os manifestantes cobraram também uma posição do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc), que afirmou acreditar na liberdade de expressão, estando a critério do ator a caracterização do personagem. (pulsar/geledés)