Nos primeiros seis meses de 2017, 144 pessoas foram mortas em confronto com a Polícia, no estado, segundo dados do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná. Os números equivalem a uma morte a cada 30 horas. Desde 2014, 655 casos foram levantados.
Mais de 95 por cento dos registros estão relacionados a confrontos com a Polícia Militar – foram 138 nesse período. O levantamento também considero duas mortes por parte da Polícia Civil e quatro de Guardas Municipais.
Os confrontos que resultaram em morte foram identificados em 43 cidades do estado. Quase metade deles ocorreu na região metropolitana de Curitiba – 31 na capital, 11 em São José dos Pinhais, e 19 nas outras cidades da região. Londrina, Foz do Iguaçu e Umuarama também registraram alto número de pessoas mortas. Foram 14 em Londrina, dez em Foz do Iguaçu e oito em Umuarama.
Os dados revelam uma pequena queda comparados com o mesmo período do ano anterior: em 2016, foram 149 mortes em seis meses. Mesmo assim, os números são superiores ao registrado em 2015, quando foram identificados 247 casos. Os dados colocam o Paraná como quarto estado com maior número de mortes por violência policial, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, segundo o Atlas da Violência divulgado em 2017 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O levantamento realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também traz outro dado alarmante: quase metade das pessoas mortas (48,6 por cento) eram negras, apesar de apenas 28 por cento dos habitantes do estado serem negros. Além disso, 71,5 por cento das mortes foram de pessoas com menos de 30 anos.
Apesar do alto número, a maior parte dos casos não é investigada. Das 371 mortes registradas em confronto com a Polícia Militar entre 2014 e 2015, em apenas 15 foram instaurados processos administrativos. Entre 2008 e 2015, apenas 19 policiais militares foram excluídos por homicídio. (pulsar/brasil de fato)