O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MP/MS) encaminharam recomendações à prefeitura de Corumbá para garantir o direito à educação de crianças e adolescentes de várias comunidades tradicionais do Pantanal. As medidas, reivindicadas pelos moradores, buscam assegurar a matrícula das crianças em escola próxima e o transporte escolar seguro e gratuito.
Na comunidade do Paraguai-Mirim, distante 140 quilômetros da cidade de Corumbá, o MP recomendou a reabertura do primeiro e segundo ano do Ensino Fundamental na escola local. As crianças menores foram realocadas, sem a participação efetiva da comunidade na decisão, para outra escola e diariamente precisam percorrer um trecho de aproximadamente uma hora e meia de barco para frequentar as aulas. A viagem começa às cinco e meia da manhã e os alunos só voltam para casa às sete e meia da noite.
Além da pouca convivência familiar e dos riscos do transporte pelo rio, a mudança das séries forçou alguns pais a aceitarem os perigos do percurso e o distanciamento de seus filhos para que eles continuassem estudando, situação que revoltou os ribeirinhos.
Enquanto as crianças das comunidades pantaneiras do Rio Paraguai enfrentam riscos no transporte de barco, que segundo os moradores já quase tombo, os estudantes da região do Rio Taquari sofrem sem o fornecimento de transporte escolar. Nas comunidades do Limãozinho, Cedro, Cedrinho, São Domingos e Corixão, os alunos precisam percorrer longas distâncias a pé, em meio ao ambiente selvagem do Pantanal, para frequentar as aulas. (pulsar/combate racismo ambiental)