Desde o início desse ano, um sobrado na região central de São Paulo, funciona como um lar acolhedor para a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) expulsa de casa e em situação de rua. O casarão, cujo aluguel é bancado por um financiamento coletivo de mil e duzentas pessoas, tem capacidade de abrigar até 20 moradores.
O idealizador do projeto, Iran Giusti, já arrecadou cento e doze mil reais pela internet. Ele contou à Agência Brasil que ainda estão buscando entender como tornar o projeto colaborativo viável para mais pessoas e possível de ser replicado em outros lugares.
O projeto hoje caminha para ser totalmente autossustentável, segundo o idealizador. A manutenção do imóvel, assim como a limpeza, é de responsabilidade dos moradores. Por enquanto, Iran paga do próprio bolso, com auxílio de doações, a alimentação de todos os hóspedes, as contas da casa e os produtos de higiene.
Ele explica que a proposta é ter financiamento recorrente por meio de recursos vindos de ações realizadas na própria casa, como festas, cursos e outros eventos. Também pensam em buscar recursos públicos e de iniciativas privadas. Na parte térrea do sobrado existem espaços para exposições e uma sala com uma biblioteca. Para se hospedar no casarão é necessário ser maior de 18 anos e ter sido expulso de casa. A seleção é feita pelo próprio idealizador do projeto.
Um dos moradores, Marcel Borges, de 26 anos, hospedado há uma semana, contou a Agência Brasil que teve que sair de casa após uma discussão com a família. Ele esta passando pelo processo de transição de gênero e sua família ainda tem muita dificuldade de lidar com isso. Ele diz se sentir mais acolhido na casa, pois os outros moradores entendem o que está se passando com ele. Atualmente, a casa está com seis “hóspedes” que poderão ficar por cerca de três meses, até conseguirem restruturar a vida. (pulsar)