Até o próximo sábado (2), etnias indígenas e afrodescendentes do Brasil se reúnem no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros para discutir problemas em comum e os desafios de seus povos. Desde o dia 19 de julho, representantes das etnias Fulni-ô, Kayapó, Yawalapiti, Truká, Krahô, Wauará, Kamayurá, Xavante e Kariri-Xocó, além da comunidade quilombola Kalunga, o maior núcleo brasileiro de descendentes de africanos, realizam reuniões e atividades culturais diárias em uma aldeia construída para a ocasião perto de São Jorge, município com 500 habitantes, em Goiás.
No 14º Encontro de Culturas Tradicionais, entre as preocupações discutidas pelos participantes estão o reconhecimento e a demarcação de terras tradicionais, a luta contra o racismo e a preservação da cultura e língua própria.
Um estudo do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), divulgado este mês, revelou que o Executivo de Dilma Rousseff tem a média mais baixa de demarcação de terras indígenas no Brasil do período democrático. Segundo as lideranças, a invasão de terras por grandes fazendeiros continua acontecendo e as autoridades não respeitam a lei que reconhece a justiça indígena dentro de seus territórios.
O encontro também fomenta a “economia criativa”, que permite às etnias participantes obter renda mediante a troca e a venda de artesanato, além da oficina de pintura corporal. Segundo dados do governo, atualmente há 896 mil e 917 índios de 241 etnias e mil 838 comunidades quilombolas no país. (pulsar/combate racismo ambiental)