A pesquisa Mulheres e Trabalho, divulgada na última semana pelo Ministério do Planejamento e realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mostrou que, apesar do aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, as tarefas domésticas ainda ficam nas mãos femininas. Enquanto apenas 51 por cento dos homens assumem os trabalhos domésticos, a taxa atinge 90 por cento quando se trata das mulheres. Elas ainda dedicam uma média de 25 horas semanais à faxina, enquanto entre eles o número cai para apenas 10 horas.
A divisão desigual dos trabalhos domésticos é um dos maiores entraves à equidade de gênero. E de acordo com o relatório, nos últimos 10 anos praticamente não ocorreram mudanças. Enquanto as mulheres reduziram em cerca de duas horas o tempo que dedicam a cuidar da casa, essa queda não pode ser creditada a um aumento da colaboração masculina, que se manteve inalterada.
O relatório não apresenta dados relativos à desigualdade racial na execução das tarefas domésticas, mas mostra que quanto maior a renda da mulher, menos tempo ela dedica ao lar se comparada com mulheres de renda inferior. As que ganham até um salário mínimo gastam quase 25 horas semanais, enquanto as que ganham mais de oito salários gastam 14 horas.
Outra comparação interessante do relatório mostra que mesmo homens inativos (que não estão trabalhando) dedicam apenas metade do tempo das mulheres ativas no mercado de trabalho aos cuidados do lar: 21,7 horas para elas contra apenas 13,7 para eles. (pulsar/azmina)