A população brasileira de até 19 anos já representa 33 por cento do total de habitantes no país, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2016. São cerca de 206 milhões de brasileiros e 68 milhões de crianças, adolescentes e jovens de até 19 anos. Quando se analisa a faixa etária de zero a 14 anos, constata-se que ainda há mais de 17 milhões de crianças e adolescentes vivendo em situação domiciliar de pobreza, o equivalente a 40,2 por cento desse recorte etário. É o que mostra o estudo Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil, divulgado na última terça-feira (24) pela Fundação Abrinq.
As regiões Norte e Nordeste apresentam os piores cenários, com 54 e 60 por cento das crianças vivendo em condição de pobreza – definida por renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo. O estudo analisa também os dados sobre a extrema pobreza – número de famílias que possuem renda per capita inferior a um quarto de salário mínimo – e, neste caso, revela que quase seis milhões de crianças e jovens de zero a 14 anos vivem nessas condições.
No total, 55 milhões de brasileiros, em torno de 30 por cento da população, vivem em situação de pobreza no Brasil, e 18 milhões deste total se encontram em situação de extrema pobreza.
O estudo da Fundação Abrinq reúne mais de 20 indicadores sociais relacionados a crianças e adolescentes, como mortalidade, nutrição, gravidez na adolescência, cobertura de creche, escolaridade, trabalho infantil, saneamento básico, acesso a equipamentos de cultura e lazer, violência, entre outros. Na edição desse ano, os indicadores estão relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global do qual o Brasil é signatário para a promoção de desenvolvimento justo, inclusivo e sustentável até 2030. (pulsar/rba)