As consequências da falta de demarcações de terras indígenas no Oeste do Paraná encontram similaridades com o vivido pelos povos do Mato Grosso do Sul. Sem terra, em acampamentos pauperizados, indígenas Guarani Mbya estão expostos não apenas a ataques de pistoleiros, mas a situações de fome, falta de água potável e suicídios.
Mesmo com todas as dificuldades, seguem resilientes e no início desta semana trancaram a ponte Ayrton Senna, que liga Guaíra (PR) ao município de Mundo Novo (MS). O protesto teve como principal ponto de pauta a demarcação das terras indígenas dos Guarani Mbya no Oeste do Paraná.
O cacique Anatalio lembra que os Guarani Mbya sempre ocuparam todo o Sul do país e da América Latina – mesmo com a colonização intermitente. A construção da Hidrelétrica de Itaipú inundou ao menos uma dezena de aldeias, dispersando ainda mais as famílias.
O líder indígena ressalta que os Guarani Mbya não possuem acesso a saneamento básico, cestas básicas (uma vez estão sem terras para plantar), água, saúde, a educação é precária e sem investimentos, além de faltar professores e agentes de saúde.
No trancamento da ponte, ao menos 500 Guarani Mbya estavam presentes. Conforme noticiou o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), “a ponte foi liberada por volta do meio dia após negociações com a presença dos prefeitos Heraldo Trento (DEM-PR) e Altair de Padua (PSC) de Guaíra e Terra Roxa, respectivamente. As autoridades assinaram um documento se comprometendo a negociar as reivindicações com as lideranças indígenas”. (pulsar/combate ao racismo ambiental)