A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pretende instalar, em âmbito interno, a Comissão da Verdade da Escravidão Negra. O objetivo é buscar episódios do período em questão que foram ocultados na história oficial. Entre eles, o protagonismo em revoltas e insurreições e a contribuição da população negra para o desenvolvimento do Brasil.
O presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, sintetizou a proposta de forma convidativa. Segundo Coelho, não podemos ter medo de olhar para o nosso passado, precisamos revisitá-lo e entendê-lo para que atrocidades contra a população negra não se repitam.
A proposta da OAB surge como provocação ao governo federal ao propor, também, a criação da Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão Negra. O órgão teria papel similar ao da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que por dois anos pesquisou violações de direitos humanos pelo regime civil-militar, entre 1964 e 1985.
A comissão da OAB pode começar os trabalhos em 2015, ano que marca o início da Década Internacional de Afrodescendentes, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O período se estende até 2024. Segundo a ONU, o racismo continua a fazer suas vítimas e tem se intensificado, inclusive, em suas formas mais violentas. (pulsar/brasil de fato)