A área desmatada na floresta amazônica que cerca a bacia do Rio Xingu chegou a 12 mil 342 hectares apenas em abril. O número é mais que o dobro do registrado no mês anterior, quando cerca de cinco mil hectares foram desmatados entre os estados de Mato Grosso e do Pará, cortados pelos quase dois mil quilômetros de extensão do rio.
Os dados coletados pelo satélite Sentinel-1, processados pelo Sistema de Indicação por Radar de Desmatamento na Bacia do Xingu (SiradX) e divulgados pelo Instituto Socioambiental (ISA), indicam que o desmatamento disparou no estado de Mato Grosso, que concentra 81 por cento da área desmatada.
Segundo o ISA, o aumento do desmatamento na região pode ser atribuído à diminuição das chuvas e à abertura de uma área de quase quatro mil hectares no município de Querência. Não se sabe se o proprietário da área possui licença para desmatar a área que deve ser destinada à lavoura de grãos.
Desde o início do ano, quando o monitoramento por meio do satélite Sentinel-1 começou, pelo menos 23 mil 860 hectares foram desmatados na região. A bacia do rio Xingu, um dos afluentes do Rio Amazonas, tem sua nascente no Parque Indígena do Xingu, que abriga diversas terras indígenas e unidades de conservação e proteção ambiental. A região representa 12 por cento da Amazônia Legal.
As finalidades dos desmatamentos nos dois estados são diferentes. Enquanto no Pará o desmatamento é focado em exploração garimpeira, no Mato Grosso a agropecuária é o principal motivador. (pulsar/combate racismo ambiental)