A privatização de distribuidoras da Eletrobrás foi anunciada na última segunda-feira (19) pelo governo de Michel Temer (MDB) como um dos 15 projetos prioritários para a área econômica. A medida foi novamente criticada por especialistas, que reafirmam um inevitável aumento nas contas de luz.
Para Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da empresa, nenhum interesse nacional ou da população será favorecido com a privatização.
A Eletrobrás é responsável por um terço da geração de energia do Brasil. Sua privatização foi anunciada pelo governo pela primeira vez em agosto de 2017. O aumento da tarifa com a privatização aconteceria devido a descotização das distribuidoras que seriam leiloadas. Em 2013, o valor das usinas foi amortizado e o governo estabeleceu um sistema de cotas, por meio do qual o valor das contas diminuiu.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho (PSB), no entanto, vem anunciando que com a privatização as contas de luz seriam amortizadas por meio de um fundo que receberia recursos de indenizações da Eletrobras.
Em uma audiência pública realizada nesta terça-feira (20) no Senado, o ex-diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner, destacou que esse fundo teria um limite, e que a tarifa voltaria a aumentar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, determinou nesta terça-feira (20) a criação de uma comissão especial para analisar o projeto da privatização da empresa. Apesar da grande resistência que a matéria enfrenta entre parlamentares, a previsão do governo é que o projeto seja votado até o final de abril. (pulsar/brasil de fato)