A contaminação das águas da Baía de Todos-os-Santos, na Bahia, tem afetado a vida das comunidades quilombolas que sobrevivem da pesca. O último episódio ocorreu com o rompimento de um duto da Petrobras no município de Candeias, região metropolitana de Salvador, na última sexta-feira (8) à noite. O vazamento atingiu o rio São Paulo.
O Ministério Público do Estado da Bahia informou que vai instaurar um inquérito para apurar o ocorrido. Mas a liderança quilombola Eliete Paraguassu, moradora da Ilha de Maré, reitera que o caso não é isolado. Para ela, o processo de contaminação é resultado de um “modelo desenfreado de desenvolvimento”, que ameaça as comunidades da região. As comunidades denunciaram o vazamento por meio de um protesto na última segunda-feira (11).
O terminal da Petrobras em Candeias é o principal ponto de escoamento da produção da Refinaria de Mataripe (RLAM), que abastece o estado de Sergipe e a região norte da Bahia. Além da estatal, o local também atrai outras empresas pela proximidade ao Porto de Aratu, responsável por 60 por cento de toda a carga movimentada por via marítima no estado.
Nesta quarta-feira (13), a Petrobras vai se reunir com representantes das comunidades para dar explicações sobre o derramamento no rio São Paulo. A empresa, por meio de nota, informou que, até a manhã da segunda-feira, cerca de 90 por cento da área atingida por um vazamento de três metros cúbicos de “água oleosa” foi limpa pela equipe de contingência da companhia.
Segundo a petrolífera, “não houve danos às pessoas”. O que Elite Paraguassu discorda. A liderança quilombola afirma que as populações do entorno da refinaria ainda sofrem as consequências de outro grande vazamento, ocorrido há nove anos. (pulsar/brasil de fato)