O secretário estadual de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos, Átila Nunes, recebeu na sexta-feira (4) o aval do governador Luiz Fernando Pezão para dar seguimento ao processo de estruturação e criação da Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), em conjunto com a Polícia Civil.
Átila Nunes destacou a gravidade dos casos de intolerância no estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, cada vez mais casos de violência por desrespeito à religião têm ocorrido. Nunes citou, inclusive, o ataque à Casa do Mago, que ocorreu no dia 31 de julho. O tradicional centro espírita, localizado na zona sul do Rio sofreu uma tentativa de incêndio.
A delegacia atuará também no combate à outros tipos de crimes de ódio. A transexual Amanda Castro relatou ter sido vítima de agressão transfóbica, no último dia 26. No caso de pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), Nunes salientou que são muitos os casos de agressão séria que “podem, inclusive, levar a óbito a vítima”.
Na última quinta-feira (3), ganhou repercussão o caso do refugiado sírio Mohamed Ali, que trabalha como vendedor ambulante em Copacabana e foi vítima de intolerância. O vendedor foi agredido de forma verbal e ameaçado fisicamente. Um dos agressores portava dois pedaços de paus.
Nunes acredita que a criação da Decradi trará dois resultados positivos. O primeiro é que, com uma delegacia especializada, haverá profissionais preparados para atender os casos de crimes de ódio como um todo. O segundo diz respeito a um ambiente muito mais acolhedor para a vitima fazer o registro.
De acordo com dados do serviço Disque 100, foram registradas 79 denúncias de crimes de intolerância religiosa no Rio de Janeiro em 2016, aumento de 119 por cento em comparação ao ano anterior. (pulsar)
*Informação da Agência Brasil