De acordo com os dados disponíveis do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas em 2014, mais de quatro mil escolas do campo fecharam suas portas. Nos últimos 15 anos, essa quantidade salta para mais de 37 mil unidades educacionais a menos no meio rural.
Se dividirmos esses números ao longo do ano, temos oito escolas rurais fechadas por dia em todo país. Entre as regiões mais afetadas, Norte e Nordeste lideram o ranking. Só em 2014 foram 872 escolas fechadas na Bahia. O Maranhão aparece em segundo lugar, com 407 fechadas, seguido pelo Piauí com 377. Os municípios mais pobres são os mais afetados.
Segundo Clarice Santos, professora da Universidade de Brasília (UnB), “esses números revelam o fracasso da atual política de educação no campo”. Para ela, os instrumentos criados precisam ser revistos para que se alcance o resultado esperado.
Já para Erivan Hilário, do setor de educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o fechamento destas escolas representa um atentado à educação, um direito historicamente conquistado.
Além da falta de escolas, outro fenômeno observado é a chamada “nucleação”, quando várias unidades escolares são concentradas numa “escola polo”. Isso tende a minar cada vez mais a educação já cambaleante nestas regiões, dificultando o processo de aprendizagem e crescimento de crianças e jovens. (pulsar/página do mst)