O jornal Gazeta do Povo vive uma situação inusitada desde que publicou, em fevereiro deste ano, uma matéria sobre os valores de salários de promotores e magistrados do Paraná. Três jornalistas, um infografista e um analista de sistema já foram obrigados a viajar mais de seis mil quilômetros para participarem de 36 audiências.
Os processos estão sendo abertos pelos próprios magistrados que tiveram seus vencimentos revelados na matéria. A Associação de Magistrados Paranaenses (Amapar) orientou seus associados para que abrissem processos contra o jornal, caso se sentissem prejudicados.
O caso guarda semelhanças com o fato ocorrido com a repórter Elvira Lobato, da Folha de S. Paulo, quando realizou uma reportagem em 2007 intitulada “Universal chega aos 30 anos com império empresarial”. Milhares de fiéis começaram a abrir processos contra a jornalista em todo o país.
Manoel Ramires, dirigente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, condenou a atitude dos magistrados. Para Ramires, eles não podem obstruir o direito da sociedade de ter informação. O dirigente ainda falou que o sindicato irá fazer uma denúncia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois existe a chance de um magistrado que tenha entrado com uma ação julgar o processo aberto por um outro juiz também autor de processo. (pulsar/portal fórum)