Aproximadamente 23 por cento de todas as mortes prematuras no mundo são causadas por problemas de degradação ambiental, com número estimado em 12 milhões e 600 mil mortes no ano de 2012. Os dados estão no relatório Meio Ambiente Saudável, Povo Saudável, lançado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) durante a Segunda Sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unea), em Nairóbi, no Quênia.
O Pnuma ressalta que as diferenças regionais dessas mortes são grandes, indo de 11 por cento nos países europeus que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e chegando a 28 por cento no Sudeste Asiático.
As principais causas evitáveis de morte que o Programa cita como ligadas ao ambiente são as doenças diarreicas, lesões causadas por atividades de risco ou situação de moradia insalubre, asma, malária, lesões de trânsito, infecções respiratórias, obstrução pulmonar crônica, doenças cardiovasculares, cânceres e doenças músculo-esqueléticas causadas por estresses e posturas incorretas no trabalho e atividades domésticas.
A principal causa de morte por degradação ambiental seria a poluição do ar, responsável por sete milhões de falecimentos por ano. O professor Luiz Maia, do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em monitoramento da qualidade do ar, destaca que o problema é considerado uma emergência de saúde global, no momento em que o sistema do Rio de Janeiro está desligado. De acordo com ele, o monitoramento é o primeiro passo para a gestão do problema, onde serão identificadas as causas da poluição para, a partir daí, serem elaboradas políticas públicas de mitigação.
Para Luiz Maia, o Brasil também precisa modernizar a sua legislação no que diz respeito aos indicadores de poluição, já que a regulamentação seguida no país é de 1990 e desde então a Organização Mundial de Saúde (OMS) reviu para baixo os valores para considerar boa a qualidade do ar, com base em estudos epidemiológicos.
O relatório ainda aponta que a implementação de medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa pode salvar a vida de dois milhões e 400 mil pessoas por ano até 2030. (pulsar/rba)