Na última quarta-feira (13), a Corte Suprema de Justiça de El Salvador declarou inconstitucional a Lei de Anistia aprovada em 1993, um ano após o fim da guerra civil no país (1980-1992).
A decisão abre caminho para a investigação de cerca de 30 crimes de lesa-humanidade e crimes de guerra atribuídos a agentes do Estado e a membros da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), relatados em um informe da Comissão da Verdade.
Segundo a Corte, o fato de a lei de contemplar a extinção “de responsabilidade civil” contraria o direito à indenização por dano moral, na medida em que “impede precisamente uma forma de reparação” prevista na Constituição e no Direito Humanitário Internacional.
A decisão dos magistrados causou reações no país. A deputada da FMLN, Jackeline Rivera, qualificou a Sala do Constitucional – órgão da Corte Suprema responsável pela sentença – como um “ativista político” que não possui “representação democrática”.
Já o ministro da Defesa, David Munguía Payés, afirmou que “revogar a Lei de Anistia é um erro político”, que “poderia provocar uma caça às bruxas que desestabilizará o processo de paz“. (pulsar/opera mundi)