Dados divulgados esta semana expõem o aumento da desigualdade social nos últimos anos, com a crise econômica e política vivida no país. Um estudo realizado pelo SPC Brasil, o Serviço de Proteção ao Crédito, e divulgado na última quarta-feira (21), mostra que os mais pobres são maioria dos desempregados.
Em contraponto a esse cenário, um documento da Receita Federal, publicado também esta semana revela que a parte mais rica da população teve crescimento de renda nos últimos anos.
A pesquisa “O desemprego e a busca por recolocação profissional no Brasil”, feita pelo SPC Brasil, em parceria com Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL), mostra que 95 por cento dos trabalhadores desempregados há mais de um ano pertencem às classes C, D e E, sendo que 54 por cento desses têm nível de escolaridade somente até o ensino médio. Além disso, 59 por cento, ou seja, a maioria, é do sexo feminino.
O estudo mostra também que os desempregados demoram, em média, um ano e dois meses para conseguir emprego. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem atualmente mais de 12 milhões de pessoas desempregadas.
Por sua vez, os dados do Imposto de Renda da Pessoa Física da Receita Federal indicam possível aumento na concentração de renda. O documento mostra que a renda per capita do conjunto geral de contribuintes caiu 3,3 por cento em termos reais entre 2014 e 2016, durante o início da recessão econômica do país. Porém, o segmento mais rico da população, formado por pessoas que ganham mais de 160 salários-mínimos por mês, lucrou com a crise: a renda per capita desse grupo cresceu 7,5 por cento. O documento também reforça a conclusão de que os mais ricos pagam pouco Imposto de Renda no Brasil. (pulsar/brasil de fato)