Apesar de as escolas estaduais paulistas terem recebido este ano 70 mil matrículas a mais do que em 2015, o governador Geraldo Alckmin (PSDB)fechou duas mil e 800 salas em todo o estado. Os dados, não confirmados pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, são de um levantamento da Rede Escola Pública e Universidade.
Os pesquisadores compararam as situações de 2015 e 2016 em relação ao número de alunos, de turmas e de escolas que oferecem cada ciclo de ensino a partir de informações do próprio órgão, obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação.
Formada por professores e pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP), a Rede surgiu a partir do movimento de ocupações das escolas estaduais em 2015. Na ocasião, os alunos se mobilizaram contra a reorganização escolar, que previa o fechamento de escolas, a extinção de turmas e a consequente superlotação das salas de aula que prejudicam ainda mais a qualidade do ensino.
De acordo com Ana Paula Corti, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), os números mostram que, apesar do compromisso do governador de suspender o processo de reorganização e de dialogar, está em curso um processo de redução de salas de aula. Para ela, é possível que esteja em andamento uma reorganização silenciosa. (pulsar/rba)