A Organização Não Governamental Justiça Global lançou na segunda-feira (7) um mapa online que mostra a distribuição, no Rio de Janeiro, dos homicídios decorrentes de intervenção policial, chamados de autos de resistência. O mapa identifica os batalhões da Polícia Militar que têm mais número de mortes e traz dados de 2010 a 2015.
Nos cinco anos de abrangência dos números, retirados dos relatórios do Instituto de Segurança Pública (ISP), três batalhões da zona norte e Baixada Fluminense superam 300 mortes. O décimo quinto BPM (Duque de Caxias) teve 318 autos de resistência, o quadragésimo primeiro BPM (Irajá) teve 310 e o nono (Rocha Miranda), 307.
Apesar de ter o segundo maior número de autos de resistências desde 2010, o quadragésimo primeiro é o que registra mais mortes por ano desde 2012, ano em que teve 71 autos de resistência.
A advogada Natália Damazio, da ONG Justiça Global, destaca que os bairros e municípios onde há maior letalidade policial são pobres e periféricos. Segundo ela, isso deixa muito claro que existe uma questão de genocídio, de guerra à população pobre da periferia e, principalmente, à população negra.
Se levada em conta a população da área policiada pelo quadragésimo primeiro Batalhão da PM, as 69 mortes por autos de resistência registradas na área, em 2014, produzem uma taxa de 12,87 mortes por 100 mil habitantes. A incidência é maior que a taxa de homicídios geral do estado de São Paulo em 2014, que foi de 10,2.
Segundo a Polícia Militar, o quadragésimo primeiro BPM, que tem o segundo maior número de autos de resistências desde 2010, está inserido em uma das áreas mais conflituosas da cidade, atualmente e, por causa disso, seus agentes têm passado por cursos de aperfeiçoamento. A Polícia Militar informou que está encaminhando os policiais que mais atiram para um treinamento a fim de reduzir o número de tiros e os erros em operações e ações policiais. (pulsar)
Informações da Agência Brasil