Na última segunda-feira (11), a Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório do inquérito em que apura suposta organização criminosa formada por membros da alta cúpula do PMDB. Segundo a conclusão, o presidente Michel Temer tinha poder de comando no chamado “quadrilhão do PMDB” e recebeu 31 milhões e 500 mil reais por participar do grupo que atuava dentro da Petrobras e da administração federal.
O relatório da Polícia Federal afirma que “Ao lado de Eduardo Cunha, os elementos analisados nos autos demonstram que o presidente Michel Temer possui poder de decisão nas ações do grupo do ‘PMDB da Câmara’, tanto para indicações em cargos estratégicos quanto na articulação com empresários beneficiados nos esquemas, para recebimento de valores, sob justificativa de doações eleitorais”.
Este relatório se junta aos depoimentos, já homologados, da delação de Lúcio Funaro e servirão para embasar a segunda denúncia contra Temer a ser apresentada por Rodrigo Janot, em seus últimos dias como procurador-geral da República.
Outros alvos deste inquérito, que investiga o PMDB, são os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, que atualmente integram a Casa Civil e a Secretaria-Geral no Governo Temer. Estão envolvidos também, os ex-deputados Eduardo Cunha (RJ), Geddel Vieira Lima (BA) e Henrique Alves (AL), já presos em outras investigações.
A Polícia Federal aponta que “como em toda organização criminosa, com divisão de tarefas, o presidente Michel Temer se utiliza de terceiros para executar ações sob seu controle e gerenciamento”, a exemplo da captação de recursos da Odebrecht e OAS na concessão de aeroportos.
Ainda foi listada uma série de pagamentos recebidos por Temer como 500 mil reais pagos para Rocha Loures e dez milhões de reais em doações pelo Grupo Odebrecht.
O documento ainda aponta a “circulação de valores decorrentes de esquemas ilícitos que foram pagos ‘a pedido’ de Michel Temer, como os cinco milhões quatrocentos e sessenta mil reais empregados na campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura da cidade de São Paulo, o qual era apadrinhado político de Temer. (pulsar/portal fórum)