O Parlamento, controlado pela oposição, aprovou na noite do último domingo (23), em sessão extraordinária, um acordo em que declarou a "ruptura da ordem constitucional e a existência de um golpe de Estado" no país, após a Justiça suspender o andamento do processo que pode resultar em um referendo para revogar o mandato de Maduro.
Os parlamentares acertaram solicitar à comunidade internacional a "ativação de todos os mecanismos necessários para garantir os direitos do povo da Venezuela". Eles também anunciaram que formalizarão uma denúncia no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra os juízes regionais e os reitores do Conselho Nacional Eleitoral, classificados como "responsáveis" da suspensão do processo de referendo para tirar Maduro do poder.
O Parlamento pediu o início de um processo para determinar a situação constitucional da presidência da Venezuela, já que alegam haver uma investigação sobre a "provável dupla nacionalidade de Maduro" e a existência de "fundamentadas razões" para determinar o abandono das funções constitucionais da presidência.
Além disso, o texto aprovado exige que as Forças Armadas da Venezuela "não obedeçam ou executem nenhum ato ou decisão que sejam contrários aos princípios constitucionais" e convocou os cidadãos do país a fazer uma "defesa ativa" da Carta Magna.
Durante a discussão do acordo, manifestantes chavistas ocuparam a Assembleia em defesa do presidente Maduro. A movimentação começou durante o discurso do primeiro vice-presidente do Legislativo, o opositor Enrique Márquez. Os chavistas levaram fotos do libertador venezuelano Simón Bolívar, bandeiras do país e de movimentos LGBT. Sob os gritos de "o povo unido jamais será vencido", vários deles conseguiram entrar no salão de debates.
A Venezuela encontra-se em estado de alerta. E a população foi convocada pelo Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) a “mobilização ativa e permanente” contra um possível golpe de Estado orquestrado pela oposição. (pulsar/operamundi)