Durante os dias primeiro e 5 de outubro, o Rio de Janeiro receberá o Oitavo Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Com o lema “Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular”, o evento vai reunir cerca de quatro mil pessoas de todas as regiões do Brasil.
Realizado a cada quatro anos, o evento tem como objetivo avaliar a atuação do movimento, debater a conjuntura política atual e traçar os rumos da organização. Desde sua última edição, que ocorreu em 2013 em Cotia, São Paulo, diversos acontecimentos afetaram as populações atingidas.
O caso mais significativo foi o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, em Bento Rodrigues, Minas Gerais, ocorrido em novembro de 2015. De acordo com Gilberto Cervinski, da coordenação do MAB, esse não é um caso isolado. Nos últimos anos foi observada uma ofensiva do capital em relação à vida dos atingidos.
Para ele, os retrocessos não se restringem às populações impactadas por barragens. O atual momento político brasileiro e latino-americano é grave e necessita de fortalecimento da esquerda. “O campo popular e a democracia sofreram um duro golpe. Vivemos grandes retrocessos que só serão enfrentados com muita unidade”, afirma Cervinski.
Nesse cenário de perda de direitos e retomada de políticas neoliberais, a disputa no setor de energia elétrica se acirra. Essa é a opinião da Plataforma Operária e Camponesa da Energia, organização criada em 2010 por trabalhadores do setor da energia (petroleiros, eletricitários e engenheiros) e por atingidos por barragens.
No dia 3 de outubro, dia do aniversário de 64 anos da Petrobras, essa articulação pretende realizar um grande ato unificado em defesa das estatais e contra a privatização do pré-sal e do setor elétrico. O ato acontecerá no Rio de Janeiro e já recebeu apoio da Frente Brasil Popular. (pulsar/mab)