Apoio da grande mídia não faltou ao governo Temer. Primeiro para esconder a greve geral desta sexta-feira (28). Depois para desconstruir o que organizadores e analistas classificaram como a maior greve desde a ditadura. A estimativa é de que cerca de 40 milhões de brasileiros pararam o País. Muitos foram alvo de forte repressão policial.
Entre as dezenas de categorias que aderiram ao dia nacional de paralisação nos mais diversos ramos da economia, estão transporte, escolas, bancos e indústria. Também aderiram à greve os bancários, metalúrgicos, comerciários, eletricitários, químicos, petroleiros e trabalhadores de saneamento básico e dos Correios. Os servidores públicos das demais áreas, inclusive do Judiciário, aderiram à paralisação em todas as capitais e dezenas de cidades.
Em São Paulo, 70 mil manifestantes marcharam do Largo da Batata, na zona oeste da cidade, até a residência de Michel Temer, localizada em Alto de Pinheiros. Ao avançar sobre o bloqueio montado pela Polícia Militar, os participantes foram repelidos com bombas de efeito moral e balas de borracha. Na capital paulista pelo menos 16 pessoas foram detidas.
No Rio de Janeiro, os 40 mil cidadãos reunidos na Cinelândia, na região central da cidade, viveram momentos de terror, após policiais iniciarem uma violenta dispersão do ato, que até então transcorria de forma pacífica, com incidentes isolados. Também houve confrontos em frente à Assembleia Legislativa. Bombas foram jogadas inclusive no palco montado para a mobilização, onde ocorreriam atividades culturais. No bairro da Lapa, adeptos da tática Black Bloc atearam fogo em ao menos nove ônibus.
A despeito do alcance da mobilização, o governo Temer fez o que pôde para minimizar o próprio desgaste. Alçado ao poder com a destituição de Dilma, Temer fez questão de enfatizar que as manifestações “ocorreram livremente em todo País”, não sem criticar os grupos que bloquearam avenidas e rodovias “para impedir o direito de ir e vir do cidadão” e destacar os “fatos isolados de violência”, sem uma única linha sobre a violenta, covarde e desproporcional repressão policial. (pulsar/brasil de fato/rba/carta capital)