A concentração de renda no Brasil aumentou no Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste e ficou estagnada no Sudeste. Esta é a principal conclusão do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou na última quarta-feira (11), o comportamento do rendimento de todas as fontes em 2017, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc).
Em 2017, houve queda de 0,56 por cento no rendimento de todas as fontes, que inclui além dos salários, aposentadorias, pensões, benefícios sociais como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC), passando de dois mil 124 reais em 2016 para dois mil 112 em 2017. Nos rendimentos do trabalho, a queda foi mais intensa, de 1,36 por cento. Mais intensa ainda entre os que ganham menos. Entre os 50 por cento mais pobres, o recuo foi de 2,45 por cento. Essa massa de mais de 43 milhões de trabalhadores passou a ganhar 754 reais, valor 20 por cento menor que o salário mínimo vigente no ano passado de 937.
A massa de rendimentos mensal domiciliar per capita foi estimada em cerca de 263 bilhões, mas altamente concentrada. Juntos, os 10 por cento mais ricos recebem o mesmo que os 80 por cento mais pobres da população. Com isso, 12 milhões de pessoas concentram a renda equivalente a de quase 100 milhões pessoas.
Os que estão no topo da pirâmide de renda, o um por cento mais rico, manteve sua distância dos 50 por cento mais pobres. Eles recebem 36,1 vezes mais que 50 por cento da população. No Nordeste, essa distância é ainda maior, de 44,9 vezes. Na região, a desigualdade cresceu. Em 2016, a diferença era de 39,9 vezes. No Norte, essa diferença também subiu: passou de 31,9 vezes para 35,9 vezes. (pulsar/revista fórum)