O processo de inserção de travestis e transexuais no mercado de trabalhoainda tem muito o que avançar. Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) mostram que a situação é preocupante: 90 por cento estão se prostituindo no Brasil.
Os números são parecidos com a pesquisa da Associação das Travestis e Transexuais do Triângulo Mineiro (Triângulo Trans), que revela que apenas cinco por cento das travestis de Uberlândia estão no mercado formal de trabalho; 95 por cento estão na prostituição.
Para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno, o preconceito no mundo do trabalho sempre fez parte da vida da população de travestis e transexuais, já que, na maioria das empresas, ocupar um cargo de alto-escalão é uma realidade distante.
Devido à falta de apoio familiar, essa população é expulsa de casa e consequentemente sofre com a evasão escolar por conta da transfobia.
Para o secretário nacional de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Expedito Solaney, o mundo do trabalho é um espaço de repressão e opressão a essas minorias.
Daniela Andrade, ativista transexual do Fórum da Juventude LGBT Paulista, é analista de sistema. Andrade explica que, para além da discriminação da identidade de gênero, as empresas são machistas e dominadas por homens que se incomodam com a presença de uma mulher trans. De forma que, geralmente, eles possuem medo de se aproximar, de falar oi, de chamar para almoçar, de dar tchau. (pulsar/brasil de fato)