Quase 800 milhões de pessoas no mundo enfrentam subnutrição crônica ligada diretamente à degradação do solo, à redução da fertilidade das terras, à perda de biodiversidade, ao uso insustentável de recursos hídricos e à seca. Pelos próximos 25 anos, estimativas indicam que a produção global de comida pode registrar uma queda de até 12 por cento, provocando aumentos de 30 por cento no preço dos alimentos.
Os números foram divulgados pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, no Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, 17 de junho. Segundo Ban Ki-moon, “mais de 50 por cento das terras agrícolas estão moderada ou severamente degradadas, com 12 milhões de hectares de produção perdidos a cada ano.”
Ao contrário do que o nome pode sugerir, a desertificação não é a expansão natural de desertos existentes e não está vinculada necessariamente a biomas desérticos. O fenômeno envolve, na verdade, a degradação do solo – por atividades humanas como agricultura não sustentável, mineração, uso excessivo da terra para pastagem e corte raso de porções do território – em regiões áridas, semiáridas ou subúmidas e secas.
A queda da produtividade e a redução da cobertura vegetal são algumas das consequências da desertificação. Em seu pronunciamento, Ban Ki-moon ressaltou que este e outros problemas, como as mudanças climáticas e as secas, “estão interconectados”.
De acordo com o secretário-geral, uma estratégia importante para combater o esgotamento dos solos é a agricultura sustentável e sensível às questões climáticas. Além de contribuir para a absorção de carbono da atmosfera e seu armazenamento no solo, o investimento em práticas agrícolas conscientes poderia criar cerca de 200 milhões de empregos até 2050 em toda a cadeia global de produção de alimentos. (pulsar/rba)