Após o afastamento de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer no cargo de Presidente da República, milhares de pessoas foram às ruas na noite da última quarta-feira (31) em pelo menos 15 estados para protestar contra o golpe. Foram registrados atos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina. As mobilizações, espontâneas ou convocadas por movimentos sociais e estudantis, ocorreram nas capitais e também em cidades do interior. Em algumas cidades foram registrados casos de violência da Polícia.
Em São Paulo, os manifestantes se reuniram em dois pontos da Avenida Paulista. Quando a passeata estava na Rua da Consolação no cruzamento com a Rua Maria Antonia, bombas da PM (Polícia Militar) foram lançadas contra os manifestantes.
A ação da PM fez com que a passeata se dividisse em manifestações menores. Parte dos ativistas desviou da Rua da Consolação para a Rua Augusta e deu prosseguimento ao protesto. Outros, correram para a Praça Roosevelt, onde bombas e gás também foram lançados pela polícia. A intenção dos ativistas era encerrar a manifestação em frente ao jornal Folha de São Paulo, na Rua Barão de Limeira.
No Rio de Janeiro, a concentração foi na Cinelândia, onde os ativistas fizeram discursos contrários aoprocesso que levou à saída definitiva de Dilma. Manifestantes deixaram a Cinelândia e partiram pela Rua Santa Luzia, onde fica a sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Em Brasília, a Polícia Militar reprimiu com violência a manifestação contra a confirmação do golpe. Bombas de efeito moral, gás de pimenta, prisões arbitrárias e espancamentos deram a tônica da atuação policial.
Em Porto Alegre, milhares de pessoas tomaram as ruas. Os manifestantes portavam cartazes denunciando o “golpe contra a democracia” e exigindo a saída de Michel Temer da presidência. Na Avenida João Pessoa, diante da sede do PMDB em Porto Alegre, um grupo que carregava um caixão escrito “democracia” incendiou o objeto. Os policiais dispararam uma bomba de gás em frente à sede do PMDB. Foi o princípio de uma correria generalizada, mas que durou poucos minutos. Instantes depois, os manifestantes estavam novamente reunidos e seguiram em caminhada.
A tensão chegou ao clímax na Avenida Ipiranga, quando o grupo se aproximou do prédio da RBS, empresa de comunicação afiliada da Rede Globo. Os homens da PM formaram um cordão de isolamento ao redor do edifício e dispararam mais bombas de gás na multidão. Alguns manifestantes queimaram pneus no meio da avenida e tentaram revidar com pedras arremessadas contra os policiais. (pulsar/rba)