Cerca de 500 mil pessoas já aderiram à campanha #meuprimeiroabusopolicial. São relatos de todo o país, principalmente de homens negros, que resolveram expor casos em que foram vítimas de violência e preconceito policial nas redes sociais.
Um dos criadores da campanha, Maurício Pestana, editor executivo da revista Raça, explica que a ação surgiu como uma resposta a condenação de Rafael Braga, jovem negro, morador de rua, que foi preso no Rio de Janeiro, durante as manifestações de 2013. Ele carregava uma garrafa de pinho sol.
Já a inspiração veio da própria experiência de Pestana na periferia de São Paulo.O editor conta que quando tinha cerca de 12 anos e morava no bairro de São Mateus, um policial apontou uma arma para a sua cabeça. De acordo com ele, a experiência foi assustadora e serviu para que, anos depois, idealizasse a campanha.
Entre os relatos está o de Zulu Araújo, presidente da Fundação Pedro Calmon, em Salvador. Ele contou que quando era estudante de arquitetura foi abordado pela polícia, chegou a ser agredido e só não sofreu violência maior porque um dos policiais era seu vizinho e o reconheceu. Hoje, aos 64 anos, ele já perdeu as contas das vezes que passou por situações semelhantes. Para Zulu a campanha mostra o descontentamento da população negra em relação à atuação policial.
A campanha começou no dia 16 de maio, no último dia 30 que contabilizou a maior participação e segue reunindo relatos. A Revista Raça é uma publicação especializada na cobertura de temas de interesse da população negra brasileira. (pulsar)
*Informação da Radioagência Nacional