Denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes representam apenas 20 por cento desse tipo de violência no Brasil. Essa é a estimativa do governo, segundo o coordenador geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo, Adelino Neto, que está no Rio de Janeiro para alertar moradores de comunidades sobre o turismo sexual.
Nesta quarta-feira (2) profissionais dos ministérios do Turismo e da Saúde falaram a moradores da Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, sobre formas de prevenção e enfrentamento da violência no contexto do turismo.
Segundo Neto, não há o número efetivo da exploração sexual. A intenção é fazer com que as pessoas denunciem mais. Para ele, a população está mais conscientes por questões de preconceito e machismo, mas as denúncias ainda são poucas.
O Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, recebeu no ano passado 5 mil e 400l denúncias, sendo cerca de 430 somente no Rio. No primeiro semestre de 2015, as violações contra crianças e adolescentes lideraram as denúncias de direitos humanos.
Dados recentes do Instituto de Segurança Pública do Rio, apontam que 70 por cento das vítimas de violência sexual no estado são menores de idade. Para a coordenadora interina do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) no Rio de Janeiro, Priscilla Pires, o turismo sexual no estado ainda é muito grave e os casos aumentam na alta temporada.
Para Priscila, além de conscientizar a população sobre o turismo sexual, é fundamental fortalecer a rede de proteção das crianças e adolescentes. De acordo com ela, é preciso mais suporte, com articulação mais integrada, um canal de comunicação maior entre os atores envolvidos.
O Disque 100 funciona 24 horas e a denúncia é anônima. Além do dique 100, foi criado um aplicativo no celular Proteja Brasil que dá localização e o acesso aos equipamentos públicos e serviços sociais de proteção integral dos direitos de crianças e adolescentes brasileiros. Adelino acredita que as ações de enfrentamento aumentaram muito, tanto coercitivas, com apoio policial, como de conscientização e capacitação do setor.
Nesta quinta-feira (3), o seminário será realizado no Centro de Cidadania Rinaldo Delamare, na Rocinha, em São Conrado, zona sul da cidade. (pulsar)
*Informações da Agência Brasil