No município de Carmo de Minas, região Sul de Minas Ferais, foi identificado trabalho escravo em duas fazendas de café. As investigações contaram com a participação de auditores fiscais do trabalho, da Polícia Federal, do Ministério do Trabalho e de representantes da Articulação dos Empregados Rurais de Minas Gerais (Adere-MG).
Na Fazenda Lagoa/São Luiz, havia 22 trabalhadores, recrutados nos municípios de Brumado e Tanhaçu (BA) para a colheita de café, trabalhando em condições próximas à escravidão. Outros dezenove foram encontrados na Fazenda da Pedra. Alguns tiveram que arcar com os custos da viagem até o local de trabalho. Não tinham registro da duração da jornada e suas carteiras de trabalho foram retidas pelos empregadores.
Os trabalhadores habitavam alojamentos sem higiene e mobília. Sua remuneração foi definida com base na produtividade, não cobrindo dias não trabalhados, como fins de semana e dias de chuva. Também foram apontadas condições precárias de saúde e segurança, como a falta de equipamentos e ausência de vigilância.
Os donos das fazendas foram multados e os empregados tiveram suas contas acertadas. O procurador do trabalho e membro da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, José Pedro do Reis, informou que os donos das fazendas assinaram termos de ajuste de conduta, comprometendo-se a não realizar contratação ilegal.
A Adere-MG pretende entrar com processo por danos morais coletivos. (pulsar/brasil de fato)