Na última segunda-feira (7) cerca de 200 manifestantes se reuniram em frente ao Ministério Público do Rio de Janeiro e seguiram em marcha até o Tribunal de Justiça do Rio para exigir a liberdade do catador de latinha Rafael Braga que está preso há quatro anos sob a alegação de portar artefato explosivo durante as manifestações de 2013. No entanto, o jovem levava em sua bolsa garrafas plásticas de pinho sol e água sanitária.
Em 2015, Rafael saiu em condicional, sendo monitorado por tornozeleira. Ele voltou a morar com a família na favela da Vila Cruzeiro, com um emprego fixo num escritório de advocacia. Um mês depois, numa abordagem policial dentro da comunidade, Rafael foi preso novamente por policiais da UPP por porte de 9.6 gramas de maconha e um morteiro. O movimento Libertem Rafael Braga afirma que na verdade o que ocorreu foi a utilização de um ‘kit flagrante’ pelos policiais, que ao não conseguirem informações sobre o tráfico de drogas com Rafael, forjaram um flagrante.
Para Dandara Rodrigues, membro da frente pela Liberdade de Rafael Braga, o jovem de 27 anos se tornou um símbolo do racismo institucional brasileiro. Segundo ela, o catador de latinhas foi preso como ‘bode expiatório’ nos protestos de 2013 e há uma dívida da militância com ele.
O julgamento do Habeas Corpus pela condenação por tráfico impetrado pela defesa de Rafael Braga será retomado nesta terça-feira (8) na primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Até o momento, a desembargadora relatora Katya Monnerat e o revisor Antônio Boente votaram pela manutenção da prisão, até que a sessão foi suspensa por pedido de vista do desembargador Luiz Zveiter. (pulsar)