Pelo menos 44,2 por cento dos jovens entre 24 a 35 anos formados no ensino superior exercem atualmente trabalhos que requerem menor qualificação do que a escolaridade adquirida. Em 2012, as taxa era de 38 por cento.
Os dados foram divulgados a hoje (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), dentro da seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do quarto trimestre de 2018.
O estudo A evolução da população ocupada com nível superior, faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Maria Andrea Lameiras, o estudo mostra que a economia brasileira ainda não consegue gerar postos de trabalho compatíveis com o aumento da escolaridade da população. O percentual de brasileiros com nível superior passou de 10,2 por cento em 2012 para 13,9 por cento em 2018 e o número de trabalhadores com nível superior passou de 13,1 milhões para 19,4 milhões no mesmo período.
A proporção de trabalhadores com nível superior, que exercem função de menor qualificação, está em 38 por cento, o maior índice da série histórica, iniciada em 2012, quando a taxa era de 33 por cento.
Segundo a técnica, com a crise econômica iniciada no final de 2014, diminuiu o número dos que conseguem cargo compatível com a escolarização e, consequentemente, eles tiram as vagas de quem não tem graduação.
A diferença salarial entre a população de nível superior ocupada em cargo compatível e a que exerce função abaixo de sua qualificação também aumentou no período.
Em 2012, a diferença era de 46 por cento e no terceiro trimestre de 2018 subiu para 74 por cento. (pulsar)
*Informação da Agência Brasil