Professores da rede pública paulista entregaram na última segunda-feira (4) uma carta à representação da Organização das Nações Unidas (ONU) em São Paulo que denuncia a situação de escolas, alunos e professores no estado. Segundo o conselheiro da subsede Taboão da Serra do sindicato da categoria, Antônio de Jesus Rocha, o objetivo é chamar a atenção da entidade e da sociedade para as péssimas condições e o descaso do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) com a situação da educação pública.
O documento elenca uma série de problemas, desde relacionados à greve atual, iniciada em 13 de março, até a falta de material básico nas unidades de ensino. Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), desde dezembro de 2014, o governo Alckmin deixou de enviar verbas às escolas para compra de materiais de escritório, limpeza e para pequenas obras, como lavagem de caixas d’água, conserto de telhados, pintura e limpeza.
A subsede Taboão da Serra abrange também as cidades de Itapecerica da Serra, Embu das Artes, Juquitiba, Embu Guaçu e São Lourenço. O documento não foi votado em assembleia geral de professores, sendo específico da regional.
Os professores denunciam ainda que o governo Alckmin deixou de investir sete bilhões de reais em educaçãono ano passado e se recusa a negociar com os professores em greve, tanto sobre questões salariais como de condições de trabalho. A Apeoesp cita ainda a situação dos professores temporários, sem direitos trabalhistas garantidos, nem décimo terceiro salário ou férias.
De acordo com a representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em São Paulo, Andrea Bosi, o documento será encaminhado para o escritório da ONU em Brasília e de lá para o Alto Comissariado em Direitos Humanos, para verificar as medidas cabíveis sobre os pedidos dos professores.
Na próxima quinta-feira (7) os professores terão audiência de conciliação com o governo paulista, no Tribunal de Justiça de São Paulo. Há 51 dias em greve, eles tiveram três reuniões com o secretário estadual da Educação, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, mas não foi implementada uma mesa de negociação sobre as reivindicações. A próxima assembleia de professores está marcada para a sexta-feira (8), às duas horas da tarde, no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista. (pulsar/rba)