Após uma contagem regressiva de trinta a zero, cerca de três mil manifestantes, a maioria mulheres carregando flores nas mãos, marcharam na manhã do último domingo (29) pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O objetivo do protesto foi se colocar contra a cultura de estupro, pedir justiça para os casos que envolvam violência contra a mulher e exigir políticas públicas que garantam a educação de gênero nas escolas brasileiras.
A Marcha das Flores – 30 Contra Todas, organizada por 16 entidades ligadas a causas feministas e de defesa da criança e do adolescente, foi motivada pelo caso da adolescente estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro. Um vídeo com imagens do crime foi publicado na internet na última quarta-feira (25), causando comoção nas redes sociais e a entrada da polícia no caso.
Sob gritos de ordem como “Mexeu com uma, mexeu com todas, Não tem justificativa e Lugar de mulher é onde ela quiser”, as manifestantes seguiram até a frente do Supremo Tribunal Federal (STF), onde derrubaram as grades que cercavam o local e tomaram a frente do edifício, sobre o qual foram fixadas calcinhas pintadas de vermelho, numa alusão à violência sexual contra a mulher.
A estátua de Têmis, a deusa da Justiça, que fica em frente ao STF teve o colo coberto por flores e por cartazes nos quais se liam “Fere o Corpo, Fere a Alma e Mulheres Contra a Cultura de Estupro“. As mulheres gritavam também gritadas palavras de ordem contra o governo interino de Michel Temer.
Para Ana Beatriz Goldstein, funcionária da Secretaria da Mulher do Distrito Federal e uma das organizadoras do ato, somente com educação e políticas públicas se pode combater qualquer tipo de violência, inclusive o machismo. (pulsar/rba)