O Banco Mundial acaba de publicar o relatório “Professores excelentes. Como melhorar a aprendizagem na América Latina e no Caribe”, que analisa ossistemas educativos públicos dos países do continente e os principais desafios que enfrentam. De acordo com a instituição financeira internacional, com exceção de Cuba, “nenhum corpo docente da região pode ser considerado de alta qualidade em comparação aos parâmetros mundiais”.
O documento aponta que na atualidade, nenhum outro sistema escolar latino-americano está perto de apresentar os parâmetros elevados, o forte talento acadêmico, as remunerações altas ou adequadas e a elevada autonomia profissional que caracteriza os sistemas educativos mais eficazes do mundo, como os da Finlândia, Singapura, Xangai, República da Coreia, Países Baixos e Canadá.
Entre as conclusões do relatório, o Banco Mundial enfatiza “a baixa qualidade média dos professores da América Latina e do Caribe”, o que constitui o principal obstáculo para o avanço da educação no continente. Os conteúdos acadêmicos são inadequados e as práticas ineficientes. Pouco e mal formados, os professores destinam apenas 65 por cento do tempo de aula à instrução. Por outro lado, o material didático disponível continua sendo pouco utilizado, particularmente as novas tecnologias de informação e comunicação.
Na América Latina, são sete milhões de professores de educação básica (pré-escolar, primária e secundária), ou seja, quatro por cento da população ativa da região, e mais de 20 por cento dos trabalhadores técnicos e profissionais. Os salários dos professores absorvem quatro por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do continente e suas condições de trabalho variam de uma região para outra, inclusive dentro de um mesmo país. Os professores, mal remunerados, são, em sua maioria, mulheres pertencentes às classes sociais mais pobres. Além disso, o corpo docente supera os 40 anos de idade e considera-se que esteja “envelhecido”.
De fato, apenas Cuba, onde a educação tem sido a principal prioridade desde 1959, dispõe de um sistema educativo eficiente e com professores de alto nível. A ilha do Caribe é o país que dedica a parte mais elevada do orçamento nacional para a educação no mundo, o equivalente a 13 por cento. (pulsar/opera mundi)