Moradores nativos da centenária Aldeia Imbuhy enfrentam uma dura batalha contra o exército brasileiro. Isso porque ela está localizada em uma área próxima ao Forte Imbuhy, na zona militar de Jurujuba, em Niterói, no Rio de Janeiro. No início de junho, cerca de 400 moradores saíram às ruas para protestar contra a ação na Justiça, que pede a remoção das famílias e a destruição da aldeia.
O embate é antigo. Há pelo menos 20 anos o exército reivindica o terreno, alegando se tratar de uma área de segurança nacional. No entanto, a comunidade caiçara afirma que os nativos já povoavam o local muito antes do exército chegar.
De acordo com a moradora Lúcia Nogueira da Gama, no local já moravam pescadores quando os militares chegaram. Seu bisavô foi um dos primeiros residentes de Imbuhy, há cerca de 100 anos.
Apesar dos militares defenderem que essa é uma área de segurança nacional, o Forte Imbuhy é usado para atividades culturais e de lazer, como festas e casamentos. Além disso, a praia é de uso exclusivo dos militares, assim como o Hotel de Trânsito. Segundo Leonardo Giordano (PT), vereador de Niterói, existe a suspeita de que o exército quer aumentar o hotel de luxo para militares de alta patente.
Atualmente, 32 famílias vivem na Aldeia de Imbuhy e duas delas já receberam a ordem de despejo. Outras 19 aguardam uma ação coletiva de remoção que está tramitando na Justiça. Para tentar reverter a situação, deputados de Niterói agendaram uma reunião com o Ministro da Defesa, Jaques Wagner, prevista para o dia 23 de junho, com o objetivo de evitar a remoção da aldeia centenária. (pulsar/brasil de fato)