Na última sexta-feira (15) saiu do México com destino à Argentina, Uruguai e Brasil, a Caravana 43 Suldamerica. O objetivo é levar a outros países os pais, mães e colegas dos 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa – que desapareceram no dia 26 de setembro de 2014, em Iguala, Guerrero.
A ação pretende pedir justiça sobre o caso e pressionar o governo mexicano a dar respostas consistentes. Além disso, pretende-se suscitar discussões sobre os casos de desaparecimento forçado em diferentes contextos. Háinvestigações que apontam a participação do Estado mexicano no caso, que se nega a reconhecer os crimes e tenta arquivar o caso, dando como mortos os estudantes.
A Caravana já viajou por diferentes estados no México, 40 cidades nos Estados Unidos, três cidades no Canadá, 18 cidades espalhadas ao longo de 15 países da Europa e, nos meses de maio e junho, chega à América do Sul. Ao todo serão sete cidades percorridas: Córdoba, Rosário, Buenos Aires, Montevideo, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Em cada uma dessas localidades serão realizas diversas atividades de solidariedade e compartilhamento das experiências de sofrimento de violência e de lutas.
De acordo com o sociólogo Fábio Alvez Araújo, ao traçar um paralelo, tanto no Rio de Janeiro, quanto no México, por exemplo, há uma vinculação com o crime e o Estado se apropria disso para colocar todos esses casos na conta, geralmente, do narcotráfico. O caso mais emblemático é o do pedreiro Amarildo, onde uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), quase inteira, está envolvida no caso. E mesmo estando comprovada a participação dos policiais, o corpo não apareceu. (pulsar/brasil de fato)