Os professores paulistas tiveram na última segunda-feira (30) a primeira negociação com o governo estadual desde a decretação da greve, no dia 13 de março. No entanto, segundo a presidenta do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, não houve avanço na pauta de reivindicações. Para a próxima quinta-feira (2), está marcada uma assembleia no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, quando a categoria fará uma reavaliação do movimento.
Os professores reivindicam aumento salarial de 75,33 por cento e a redução do número de alunos por sala. O sindicato defende o máximo de 25 estudantes por sala e afirma que existem casos onde há 80.
A secretaria de Educação informou que a reunião do secretário com os professores estava agendada antes da greve e que paga nesta terça-feira (31) um bônus proporcional aos resultados obtidos no Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp). Segundo o órgão, esse é o maior valor já pago, um total de um bilhão de reais para 232 mil funcionários. A pasta nega que as negociações não tenham avançado, pois foi encaminhado um projeto de lei, por exemplo, para que professores temporários sejam incluídos no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual.
Maria Izabel critica a política de bônus como principal meio para a valorização profissional. De acordo com ela, 60 por cento da verba que os municípios devem repassar para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) são destinados à valorização do magistério. Ao optar pelo caminho de bônus, uma parte da categoria recebe e outra parte fica sem.
Em relação à política salarial, o governo estadual informou que em agosto de 2014 foi concedido o último aumento salarial, encerrando um ciclo de reajuste acumulado de 45 por cento em quatro anos.
Desde o último dia 25, parte dos professores grevistas está acampada em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, na região central de São Paulo. Os professores também montaram uma tenda no local onde ocorrem os debates com a categoria. (pulsar/rba)