O Brasil é o décimo pior país do mundo em termos de desigualdade de renda. É o que aponta o mais novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado mundialmente na última terça-feira (21). Entre os elementos de destaque, o documento demonstra que, apesar de ter ocorrido uma redução de 35 para 11 por cento da extrema pobreza nos últimos 25 anos, o planeta ainda tem 766 milhões de pessoas vivendo com menos de um dólar e 90 por dia. Enquanto isso, um por cento da população mais abastada do planeta concentra 46 por cento da riqueza mundial. Os dados se referem a estatísticas de 2015.
De acordo com o documento, as desigualdades sociais, étnicas e de gênero continuam sendo alguns dos maiores entraves ao desenvolvimento da humanidade. Para Niky Fabiancic, representante do PNUD no Brasil, “Isso acontece porque muitos grupos têm sido excluídos historicamente dos resultados positivos do desenvolvimento”. De acordo com ele, habitantes das zonas rurais, minorias étnicas, migrantes, população LGBTI, refugiados e mulheres figuram entre os grupos mais vulneráveis e que sofrem em maior medida com as crises mundiais. Os indígenas, por exemplo, representam apenas cinco por cento da população do globo, mas correspondem a 15 por cento das pessoas que vivem na pobreza.
O relatório do PNUD se baseia na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que trata de compromissos assumidos pelos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e traça 17 objetivos a serem perseguidos pelos países. Entre eles, estão: erradicação da pobreza; educação de qualidade; igualdade de gênero; trabalho decente e crescimento econômico; cidades e comunidades sustentáveis; paz, justiça e instituições eficazes.
Em relação ao panorama brasileiro, o relatório destaca que o país conseguiu tirar 29 milhões de pessoas da pobreza no período entre 2003 e 2013, mas apresentou um crescimento do índice entre 2014 e 2015, com quatro milhões de pessoas ingressando nessa faixa.
No que se refere ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mensurado em 188 países, o Brasil permanece na posição 79 no ranking, com índice de 0,754. No entanto, quando se ajusta o IDH ao aspecto da desigualdade, o país cai 19 posições, perdendo cerca de 25 por cento da nota, por conta dos índices de saúde, educação e renda. (pulsar/brasil de fato)