As mortes violentas no Brasil registraram um salto de mais de 40 por cento em dez anos e alcançaram 61 mil 619 óbitos em 2017. O dado faz parte do 11º Anuário de Segurança Pública, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançado na última segunda-feira (30). Em 2016, sete pessoas foram assassinadas por hora no Brasil.
É o maior número registrado desde o início do levantamento, com dados de 2006, e representa um aumento de 3,8 por cento na comparação com 2015. Se considerados os dados de 2011 a 2015, são 279 mil, número maior que os óbitos decorrentes da guerra da Síria, 256 mil.
Mortes violentas intencionais incluem homicídio doloso, latrocínio, mortes decorrentes de intervenções policiais, assassinatos de policiais fora e dentro do horário de trabalho e lesão corporal seguida de morte.
De acordo com Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum, até o fim de 2013, o Brasil vivia um momento de estabilização das taxas de mortes violentas intencionais. Mas a partir de 2014, os números voltaram a crescer. Em 2013, foram 55 mil 847 mil assassinatos. No ano seguinte, o valor salta para 59 mil 730 e chega a 2016 com 61 mil 619 mortes.
O estado de Sergipe teve o maior número de mortes relativos a cada 100 mil habitantes, foram cerca de 64 pessoas. Seguido pelo Rio Grande do Norte, com 56,9 mortes, e Alagoas, com 55,9. No entanto, em números absolutos, o estado com mais mortes violentas intencionais foi o Rio de Janeiro, com seis mil 262 mortes em 2016.
O levantamento também mostra que a União diminuiu os gastos em segurança pública em dez por cento, em 2016. Houve uma redução do Fundo Nacional de Segurança Pública de 30,8 por cento e também no Fundo Nacional Antidrogas, cerca de 63 por cento. É a maior redução observada nos gastos do Governo Federal. No entanto, os gastos com a Força Nacional aumentou em 80 por cento. (pulsar/carta capital)