Com grande adesão de estudantes da rede pública paulista, o Grito pela Educação Pública de Qualidade reuniu milhares de pessoas no centro da capital na quinta-feira (29) para exigir mais investimento em educação, melhores condições de trabalho para os professores e rechaçar a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de fechar escolas e redistribuir os estudantes em unidades educacionais por ciclos – fundamental 1 ou 2 ou ensino médio.
Os estudantes dançavam, cantavam, gritavam palavras de ordem e carregavam faixas contra a "desorganização" de Alckmin. "Aqui eu tô, aqui eu vou ficar. A minha escola ninguém vai fechar", cantavam.
O ato deixou o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e percorreu a Avenida Paulista, a Rua da Consolação, até a Praça da República, onde fica a Secretaria Estadual da Educação.
A presidenta da Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual, Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, destacou que a reorganização não tem proposta pedagógica, mas visa somente a reduzir os gastos com educação no estado. Ela lembrou que este é apenas o primeiro "Grito" e que o movimento vai além da reação à reorganização. Segundo ela, a luta é por melhorias reais na escola pública, valorização dos docentes, redução do número de alunos por sala e estrutura para realizar as atividades.
Pelos cálculos da Apeoesp, a chamada reorganização do ensino proposta por Alckmin vai fechar ao menos 163 unidades no estado. Na terça-feira (27), o governo divulgou uma lista de 94 e afirmou que pretende repassar os prédios às prefeituras locais ou outros órgãos públicos. Mas se o município não assumir a unidade, resultará em fechamento. (pulsar/rba)