Os docentes em greve das Instituições Federais de Ensino (IFE) aprovaram pela saída unificada da greve nacional entre 13 e 16 de outubro, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). A greve, que já passou de 130 dias, é a mais longa da história das instituições.
Segundo o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, os docentes construíram uma greve forte ao longo desse período, mesmo com as dificuldades da atual conjuntura, com o governo federal adotando medidas de ajuste fiscal, retirando direitos dos trabalhadores e apresentando propostas antagônicas ao projeto de educação pública defendido pelo Sindicato Nacional.
Além da aprovação da saída unificada da greve, por ampla maioria, as assembleias realizadas nas bases entre 6 a 8 de outubro rejeitaram a proposta da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/Mpog) de restruturação das tabelas salariais com o índice de reajuste de 10,8 por cento, parcelado em dois anos (5,5 por cento em agosto de 2016 e cinco por cento em janeiro de 2017).
De acordo com Rizzo, o entendimento das assembleias é de que a proposta não recompõe as perdas inflacionárias do período, não considera as perdas salariais passadas, caracteriza-se como uma política de confisco salarial e não responde à pauta específica da greve dos docentes federais. Ele destacou o papel fundamental da unidade entre os servidores públicos federais, construída no Fórum dos SPF, que fez com que o governo recuasse da sua posição inicial de reajuste zero e ainda do reajuste parcelado em quatro anos.
Paulo Rizzo ressalta que a greve deixou evidente a inviabilidade de algumas universidades em concluir o ano letivo. Durante todo o processo negocial, o governo federal, através do Ministério da Educação, não dialogou com a pauta apresentada pelos docentes. De acordo com o presidente do ANDES-SN, o próximo passo é partir para um novo patamar de luta e a mobilização da categoria será mantida.
Entre os encaminhamentos do Comando Nacional de Greve (CNG), além da suspensão unificada da greve, está a realização de atos e manifestações nas Instituições Federais de Ensino (IFE), no dia 15 de outubro, Dia do Professor, em defesa da Educação Pública. (pulsar)
*Com informações do ANDES-SN