Duas barragens da mineradora Samarco, empresa da Vale do Rio Doce, na região central de Minas Gerais, romperam na tarde da última quinta-feira (5). As barragens são localizadas no distrito de Bento Rodrigues, entre as cidades de Mariana e Ouro Preto.
Segundo o Comitê Brasileiro de Barragens, é o maior rompimento da história. De acordo com a Defesa Civil do estado, uma morte foi confirmada, 13 pessoas estão desaparecidas e quatro feridas. O sindicato Metabase de Inconfidentes, sediado em Mariana, que acompanha a operação, contesta o número de mortes e avalia que desaparecidos podem chegar a mais de uma centena.
O rejeito de lama das barragens inundou Bento Rodrigues completamente. A população do distrito é estimada em 620 pessoas, a maioria empregadas da mineradora.
O Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração manifestou sua solidariedade aos trabalhadores e moradores, e exige “das autoridades cabíveis a devida apuração e punição às empresas Valee Samarco pela responsabilidade deste grave acidente que provocou dezenas de mortes.”
O Ministério Público de Minas Gerais abriu um inquérito para investigar as causas e responsabilidades do rompimento. Em nota, o governo do estado lamentou o ocorrido e disse que a Defesa Civil e outros órgãos competentes estão prestando os primeiros socorros e atendimento necessário à população do distrito, ainda de difícil acesso em razão dos estragos causados pela inundação, e que “as causas e responsabilidades pelo ocorrido serão rigorosamente apuradas”.
A Samarco, por meio de comunicado, afirmou que está cooperando com as autoridades e que todas suas obras possuem Licenças de Operação concedidas pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram) – órgão que atesta o comportamento e a integridade das estruturas. Segundo a empresa, a última fiscalização ocorreu em julho de 2015 e indicou que as barragens encontravam-se em totais condições de segurança. (pulsar/brasil de fato)