Milhares de pessoas foram às ruas de diversas cidades do Chile nesta quarta-feira (23) em respaldo à greve geral convocada por centrais sindicais, movimentos populares e organizações estudantis em rechaço ao governo neoliberal de Sebastián Piñera.
Além de Santiago, capital do Chile, regiões como Valparaíso e La Serena também registraram diversas marchas. Na capital, manifestantes se concentraram em pontos da região central da cidade como a Plaza Italia e a Avenida Vitacura. Segundo o jornal El Mostrador, também foram realizados panelaços e apresentações artísticas.
A greve geral marcou o quinto dia consecutivo de protestos no país que começaram após um aumento na tarifa do metrô e se viraram contra o modelo neoliberal de governo proposto pelo presidente Sebastián Piñera.
Em coletiva realizada também na quarta, as diversas centrais sindicais que convocaram a greve geral afirmaram que o balanço do dia foi positivo pois “o povo respondeu à convocação, o povo despertou”.
“Conseguimos, depois de muitos anos e muito esforço, reunir distintas organizações sociais que temos diferenças entre nós, mas entretanto fizemos um esforço gigantesco para colocar frente a todas nossas legítimas aspirações um tema que é central que é a restituição dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras chilenas”, disseram.
Além disso, o governo decretou pelo quinto dia consecutivo um toque de recolher na região metropolitana do país.
De acordo com o jornal La Tercera, alguns deputados de oposição ao governo de Piñera enviaram uma carta para o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, comandado pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet, solicitando uma equipe para avaliar os episódios de violência e repressão das forças de segurança contra os manifestantes.
O subsecretário do Interior do Chile, Rodrigo Ubilla, confirmou nesta quarta-feira (23) que o número de mortos em decorrência das manifestações contra o governo chegou a 18. (pulsar/opera mundi)