O Museu da Maré tem até o dia 1º de maio para deixar sua sede. A Companhia Libra de Navegações, proprietária dos galpões em que o museu foi montado há mais de dez anos, pediu de volta o espaço cedido em regime de comodato à instituição. A diretoria do Museu ainda não tem uma solução para o impasse e está à procura de alternativas.
O Ministério da Cultura, o Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro (Iterj), Secretaria Estadual de Cultura e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) estão mediando as negociações entre a empresa e o instituto cultural a fim de chegar a um acordo. De acordo com Cláudia Rose Ribeiro, coordenadora do museu, o desejo é ficar.
Cláudia conta ainda que a Prefeitura do Rio não tem feito nada para solucionar a questão. O espaço de diálogo com a empresa foi conseguido por meio dos outros órgãos públicos que estão apoiando.
O diálogo a que Cláudia se refere só foi possível a partir de um processo de intensa mobilização iniciado em 2014. Os diretores do Museu da Maré foram pegos de surpresa com uma primeira notificação da empresa pedindo a desocupação do local. Após inúmeras tentativas de negociação, sem sucesso, a equipe do Museu e apoiadores organizaram manifestações, abaixo-assinados e outras atividades. Foi somente com essa série de ações que o museu conseguiu o apoio dos órgãos governamentais.
Com verbas menores do que nos anos anteriores, as atividades no Museu da Maré não pararam de acontecer, mas diminuíram a frequência. O espaço, que antes permanecia aberto todos os dias, hoje tem horários reduzidos. Em 2016, o governo Pezão não renovou a parceria que matinha com o museu, justificando enxugamento dos gastos devido à crise financeira. Apesar disso, a comunidade continua a utilizar o espaço como de costume, promovendo sambas, festas e passeios escolares. (pulsar/brasil de fato)