A cada sete segundos uma menina com menos de 15 anos de idade se casa no mundo. É o que aponta um relatório divulgado pela ONG Save the Children na última terça-feira (11), Dia Internacional da Menina. Crianças de até dez anos são forçadas a se casar, frequentemente com homens mais velhos, em países como Afeganistão, Iêmen, Índia e Somália.
A ONG afirma que o casamento infantil não apenas priva as jovens de educação e oportunidades, mas também aumenta o risco de morte ou danos no parto se elas têm filhos antes que seu corpo esteja preparado. A presidente da Save the Children International, Helle Thorning-Schmidt, alerta que “Meninas que se casam cedo demais frequentemente não podem ir à escola e estão mais propensas a sofrer violência doméstica, abuso e estupro. Elas engravidam e são expostas a doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV”.
O relatório “Até a última menina. Livres para viver, livres para aprender, livres de perigo” apresenta um ranking com 144 países, classificando-os do melhor para o pior para as garotas com base no casamento infantil, na educação, na gravidez na adolescência, na mortalidade materna e no número de legisladoras mulheres.
Níger, Chade, República Centro-Africana, Mali e Somália aparecem nos últimos lugares do ranking. O país mais bem classificado é a Suécia, seguida por Finlândia, Noruega, Holanda e Bélgica.
O Brasil aparece em centésimo segundo lugar. O relatório chama a atenção que o país, apesar de ter a renda per capita média-alta, apresenta altos níveis de gravidez na adolescência e casamentos de crianças. O Brasil está apenas três posições acima do Haiti, por exemplo.
Pesquisadores afirmam que conflitos, pobreza e crises humanitárias são fatores que deixam meninas expostas ao casamento cedo demais. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que o número de mulheres que se casam antes dos 18 anos passe dos 700 milhões atuais para cerca de 950 milhões em 2030. (pulsar/carta capital)