Um trabalhador rural foi morto na luta por reforma agrária no assentamento da Fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, no sul do Pará. Rosenildo, que era conhecido como Negão, foi morto com três tiros na cabeça na noite da última sexta-feira (7).
O local foi palco de um massacre contra trabalhadores rurais há cerca de 40 dias. Em 24 de maio, dez trabalhadores rurais foram executados pela polícia na fazenda. As mortes de nove homens e uma mulher ocorreram durante uma operação policial. Para continuar a luta por terra, Rosenildo e outros companheiros estavam novamente acampados no território. Havia informações de que ele e outras três lideranças do acampamento estavam marcadas para morrer. As informações são da ONG Justiça Global.
Ainda de acordo com a Justiça Global, após receber ameaças, Rosenildo foi à cidade de Rio Maria para passar o fim de semana fora do acampamento. A ideia era se reunir com a Liga dos Camponeses Pobres para decidir que medidas iriam tomar. Organizações e movimentos já estão se mobilizando para cobrar uma ação urgente do Estado sobre o caso.
O Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH) articulação composta por diversas organizações e movimentos da sociedade civil ressaltou em nota que o assassinato é fruto da omissão do governo federal e do governo do Pará em relação ao Massacre de Pau D`Arco.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a violência no campo cresceu 26 por cento entre 2015 e 2016, e o massacre de Pau D’Arco tem muitas semelhanças com o de Carajás, que ocorreu em 1996 e vitimou 19 trabalhadores rurais sem-terra na mesma região do Pará. (pulsar/brasil de fato)